Tenho exercitado a Esperança.
É a mistura do caos com a sensibilidade que me comunica soluções.
É a vontade não respeitada de não fazer nada que me toma.
Um arrebol nas cores noturnas.
Ventos quentes.
A sensação de perda lançada ao espaço e esquecida.
Banida.
São palavras cuidadas e completas de tempero.
Um olhar que te devolve o afeto.
Um desconhecido sorriso verdadeiro,
Familiar agora.
Tenho exercitado ser um tanto de saudade no outro.
Um tanto de doçura na boca.
Um tanto cheiro de mim.
Que nem é perfume.
È aquilo que se chama Presença.
Tenho exercitado porque Sabedoria também é silenciar.
Ouvir. E acariciar a relva.
Ver o mar. Contar aqueles pontos luminosos do infinito.
Abrandar o coração de fúrias e evitar o ressentimento.
Essa é a matéria do meu trabalho.
Como o artista, aproprio-me daquele pincel e pinto a oportunidade.
A ternura e a dança dos
pássaros
E agora tudo passa a existir.
Até a Esperança tem forma.
