sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Déjà vu


Eu te conheço
Vi a cor dos seus olhos
Ouvi o som do seu sorriso
Brinquei com teus cabelos
E dancei um pouco contigo

Eu te conheço
Passei perto de você
E chamei seu nome em tom fraco
Mas você não me viu, lamento
Estava muito ocupado

Mas eu te conheço
Sempre te escrevo cartas
Que ainda não recebeste
Te conheço de longa data
Desde o dia em que nasceste

Eu te conheço
Te abraço eterno e forte
Na memória não vivida
Carrego você comigo
Todos os dias da minha vida

Eu conheço
De longe vejo tua sombra,
 teu jeito  único de andar
Suas manias imperfeitas
Sua postura ao falar

Eu te conheço
Minhas e tuas diferenças 
São assunto divertidos
Gosto até quando te irritas
E não brigarei contigo

Eu te conheço
Tanto e sempre
Conhecer-te
É meu prazer infindável
As marcas em ti deixadas
As dores não reveladas
As alegrias da infância
Sua bagunça pela casa

Eu te conheço
Seus livros, seus instrumentos,
 os seus discos preferidos
O tênis jogado, a meia furada,
 a música não bem cantada

Eu te conheço
Ouvi seus passos pela noite
Te sigo na madrugada
Contigo eu não tenho medo
Sou parte da tua estrada

Eu te conheço
Ouço teus batimentos
Nos sussurros ao ouvido
Eu te conheço tanto e sempre
E Sempre estou tanto contigo
Que é questão de pouco tempo
Para você estar comigo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Idiossincrasia

O sol desponta no crepúsculo
Não adianta fugir
Não adianta fingir.
Não adianta mentir
É ou não é e não há meio termo.
Esperava-te recíproco
E também idiossincrata
 Para que me reconhecesse na peleja desta terra
Não porque somos distintos dos demais
Não porque fazemos os mesmos rituais
Não porque lemos livros afins
Mas porque somos nós mesmos
Imensos nos desejos, fascinantes nos segredos
Queridos da vontade
Impetuosos nos medos
Cheios de átomos dançantes na pele
Cheios de curiosidades itinerantes nas veias
Mas ao contrário, você agiu como tantos outros.
Não que os outros são menores, piores, melhores
Mas, que graça tem os outros?
Que graça tem a normalidade?
Eles são apenas iguais e buscam a comodidade.
Pensava em mim e imaginava que eu me comportasse
No lugar comum onde há esperas sofridas
Onde se escondem sentimentos sinceros
No lugar onde o encanto é palavra extinta

Mas eu sou assim, idiossincrata
E me revelo nesta totalidade
Talvez má, nunca cruel ou  antipática.
Sou doce, sou flor, sou amor
Não há máscara, não há fingimentos, não há tormentos
Não hipocrisia
Isso é idiossincrasia
É uma cor nova criada
É a incompreensão da sociedade
É a aversão dos sem coragem
É o repudio dos religiosos
É a forma minha de vida
Que emerge sem muito pensar
Que age movida ao sentido
Que te sussurra no ouvido
Que parte de ti agora
 para nunca mais voltar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sueños


O sonho...
Precisa-se de muita coragem para persistir nele.
Precisa de renuncias.
Precisa saber-se
E ter em mente a dimensão de tuas utopias
Tendo a liberdade e a ousadia
Para esquecer  lembranças sem rimas
Para destruir paredes e pintar reconciliações
Na coragem de REconhecer a fundo o Eu
E mesmo que te pareça longe
e mesmo que te canse um tanto,
Insista!
 Pois um sonho nem sempre é um sonho
Ele é alimento
Doce e amargo, forte e necessário.
Princípio que inquieta, que faz mudar o trajeto.
Que  ensina a pensar outras fórmulas
Que reconstrói vidros quebrados
É a travessia 
É a persistência
É uma legião de vontade...
Sonho é a certeza não chegada ainda.




Conselhos....


Nunca perca o entusiasmo infantil.
Nunca se desvie dos horizontes
Nunca pare.
Nunca esqueça que amanhã será outro dia.
Nunca durma brigado com pessoas queridas
Nunca deixe de fazer algo por medo
Nunca se desespere por mais de cinco minutos.
Nunca perca o prazer nas coisas mais corriqueiras: o sabor do doce de mãe, a maciez nas mãos ao acariciar um cão, o toque, os pés no chão, um coberto quentinho no frio...
Nunca perca a vontade de aprender
Nunca diga que não gosta de ler
E não importa o que aconteça, guarde sempre sua inocência: Isso é o que há de mais importante. Isso nos faz rir de coisas bobas e esquecer mágoas.
 E Nunca perca a confiança nas pessoas.
Nunca desista antes de tentar
Nunca diga que não gosta de algo bom antes de experimentar
Nunca aja em desacordo com seus ideais
Nunca se prenda a coisas banais
Nunca veja muito a televisão
Nunca segregue
Nunca deixe de falar com estranhos
Nunca converse com alguém sem olhar nos olhos
Nunca deixe de viver para estar na internet
Nunca fique muito tempo sozinho: fale com o jornaleiro, o carteiro, o porteiro; comigo ou com seu vizinho.
Nunca diga que não será capaz
Nunca considere sua opinião superior
Nunca fale antes de ouvir
Nunca se deixe diminuir
Nunca deixe de abraçar quem ama
Nunca brigue com irmãos à toa
Nunca deixe de perdoar
Nunca retenha o que te faz mal
Nunca esqueça os domingos, a família perto, as brincadeiras na rua, a vidraça do vizinho quebrada. A gargalhada
Não insista, deixe livre pra acontecer...
E se você encontrar alguém especial deve ficar com a pessoa sem hora de se despedir. E voltar no outro dia. e no outro e no outro...
Nunca perca alguém que te seja recíproco, que tenha entusiasmo em estar contigo.
E nunca... Nunca deixe de acreditar.
E Ame demasiadamente, Sempre.





sábado, 10 de novembro de 2012

Despertar

A poesia não pertence aos poetas, mas aos que precisam dela
A música não pertence aos músicos, mas aos que precisam dela.
A política não pertence aos políticos, mas ao povo.
As motivações não pertencem aos que se incomodam com a injustiça, mas aos que não tem nata esta sensibilidade.
O letramento não pertence aos intelectuais, mas aos que ainda estão analfabetos.
A filosofia não pertence aos filósofos, mas aos que não conseguem emergi-la sem auxílio.
A informação não nos pertence, mas aos que não tem acesso a ela.
O despertar não é uma opção, mas uma necessidade.
Para que a humanidade sobreviva.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Na medida....

Você acorda. Espera que o dia seja diferente. Porque você dormiu triste. Mas as coisas não dão muito certo no decorrer das horas. Tem dia que a gente nem precisava lembrar. Hoje foi um desses, mas eu vou fazer o contrário do que você espera e vou registrar  aqui as coisas que eu não falaria agora. Lamento, mas não vou desabafar estas angustias. Estar triste faz parte da vida, não é nada anormal. Estar pesado é opção, eu estou triste, mas estou leve. Tão leve que tudo deu certo:
Eu acordei e fiz o café e ficou na medida certa. Nem forte, nem fraco e você nem imagina como é difícil encontrar o ponto exato. A meteorologia errou e não chovei. Eu gosto de chuva...mas hoje eu preferi o sol.  Caminhei para o trabalho e nem senti o peso da mochila, estava distraída. A condução chegou no breve entre eu atravessar a rua e alcançar o ponto. Ligaram para mim enquanto fazia a viagem e me disseram que meu violão estava pronto. Você não deve saber, mas emprestei meu violão a uma pessoa que ela não me devolvia por nada. Um erro emprestar seu instrumento, dizem os músicos, mas eu emprestei e sofri a saudade. Ele, o meu violão, ficou longe de mim por quase um ano e quando retornou estava sem várias peças. Consegui reavê-lo no mês passado e o levei para o hospital dos instrumentos. Lá, permaneceu por duas semanas e justamente hoje ligaram dizendo que eu podia pega-lo. E eu fui, praticamente correndo. Não é uma notícia fabulosa? Claro que atrasei um para chegar a Redação( da Revista em que eu faço parte) mas estou perdoada do atraso, eu sei.
Lá no hospital do som conheci um senhor que estava num dilema só...ele precisava de dinheiro e estava pensando em vender seu saxofone . Ele toca Jazz . Eu não sou apegada ao material, mas algumas coisas não são somente “material” há sentimentos inseridos nelas. E eu tenho vários objetos que são só sentimentos: são memórias, são histórias que quase respiram. Eu disse isso para ele porque parecia sofrer muito em ter que vender seu instrumento querido. Ele ficou pensando e acabou encontrando uma solução na loja mesmo: um dos funcionários disse que a escola de música ao lado estava precisando de alguém para ensinar saxofone. Ahhh...Achei isso fenomenal!!! Todo sofrimento solucionado e nada precisou ser sofrido.
Caminhei pelas ruas agitadas do centro do Rio de Janeiro, orgulhosa de estar na companhia do meu violão. As pessoas me olhavam. Faziam comentários sobre música, sobre pessoas que tocam a alma com seu som.
Na Redação, quando cheguei, estava só a Jujuba, minha grande amiga. E aí eu chorei. E contei pra ela o Motivo. Por que ser forte o tempo todo se chorar te liberta tanto? Ganhei um abraço e tiramos 1 hora para vermos juntas um filme. O filme lindo da história que eu gostaria de estar contado para você agora, da minha história ainda não acontecida. Mas que vai acontecer e quem sabe você também faça parte dela?  Depois outro amigo chegou e tocou o violão e eu cantei, mas desafinei no final das notas porque a música me emocionava e me lembrava o motivo da minha tristeza disfarçada. Meu amigo não entendeu e riu. E ficamos rindo implicando uns com os outros.
 Trabalhamos. Escrevemos artigos sobre assuntos variados: Direitos Humanos, Política, Cultura, Meio ambiente.
E eu escrevi também uma poesia.
Voltei para casa de metrô porque não gosto de fazer o mesmo caminho.
 Você acorda!  Espera que o dia seja diferente! E acontece. Tudo ocorre maravilhosamente do jeito que você não planejou.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Estender-se


O poeta idealiza
Ele credita cores no abismo
Ele Vê sonhos na desesperança
Ele imagina possibilidades
O poeta sofre
O poeta canta
O poeta morre...Mas o poeta Vive

O poeta idealiza
Ele cria rimas perfeitas
Ele chora
Ele sorri, ele se lança ao inesperado
Ele não  se desespera
Ele é tempestade e bonança
Poeta é adulto-criança

O poeta não é parâmetro
Para quem teme
O poeta não é exemplo para esperas
O poeta realiza primaveras
Ele enamora as pessoas
E se enamora de gentes
E desenha nas margens dos cadernos

O poeta idealiza
Nele Amar é estender-se