terça-feira, 30 de abril de 2013

Télépathie?


Eu ainda estou entre dias que você não reconhece
Uma voz do passado agora é Presente.
Descobri o portal do tempo
Para falar com você
Neste momento ausência
Para falar com você
Mesmo sem a tua presença

Eu invento uma forma
De estar perto tão longe
De cantar sussurros no seu ouvido
E dançar redemoinhos na sua pele
De te tocar sua alma
De falar da canção
De ser eu a própria expressão

Há coisas que tem destino certo
E eu nem quero evitar
E eu nem poderia
Não agora que estou em ti
Não agora que sou esta brisa
Não agora que pulso
Que arrepio a epiderme

Eu invento nova comunicação
De olhos que sorriem
De sorrisos que abraçam
De toque que desde sempre é saudade
De um irresistível querer
ver você
Viver
te ter
Um beijo na suavidade da sua orelha
Um beijo na doçura do seu queixo
Um respirar no seu respirar
E a pausa

O tempo de espera é doloroso
Cruel essa distância que assombra
Mas talvez você me escute de novo
Talvez você me reconheça agora
No caminho 
No desejo
Nas palavras... E além delas
.
Mas ainda estou na esfera que você rejeita
Ainda estou entre dias que você  desconhece
Uma voz do passado que quer ser Presente...

domingo, 28 de abril de 2013

louca,


O poeta abriu todas as gavetas. Os versos partiram livres e seguiram a linha do horizonte.
É necessário um tanto de loucura, pois o amor dói.
E nós, poetas, somos bobos no que se refere ao amor.
Não sei se tenho jeito. Mas foi divertida a bagunça que fiz com meus versos hoje, ao som de Cry For A Shadow, dos Beatles.

sábado, 27 de abril de 2013

Ouça

A voz nos antecipa.
É a nossa identidade de som único.
Ela carrega o calor do nosso intimo.
E aquece a saudade dos que estão distantes.
A voz tem um mistério. 
Você fecha os olhos, ouve a pessoa 
e consegue trazê-la para perto.
A voz acalma, a voz estimula, a voz repudia também.
A voz no sorriso transcende.
A voz de quem chora é abafada
A voz de quem luta é firme
A voz de quem teme é tremula
A voz de quem canta é sonora.
E a voz de quem a gente ama revigora.
Perpassam na velocidade da luz e aqui ecoam, Na alma
Repetem-se como terna ciranda.
Penetram as veias e chegam ao coração.
E lá, se expandem. Ouça...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Canopus


...Nossas partículas nasceram no espertar do Universo. Somos formados por pequeninos grãos de estrelas. E eu acredito que seja no nosso sorriso que toda a luz de bilhões de anos se revela.





terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia desses


Eu não sei me escrever.
Queria ter a bondade suficiente para ver a alma dos seres. Queria ter a ternura exata. Eu não sou aquilo que eu queria ser, mas eu estou desperta.
Eu sei dos meus abismos e dos meus sentidos. Eu leio meus gestos e vejo os sinais dos meus atos- se amo ou se repudio, se acolho ou se afasto. Eu tenho ideia de quando fui má ou quando não fui tão tolerante. E me dói perceber que também sou cruel. Mas se há algo que eu não faço é me colocar apática ao outro.
Tenho enfrentado desafios porque penso que o gesto externiza o que às vezes a gente tem dentro do coração e não sabe ou não reconhece.
Mas perece que esta é uma verdade apenas para mim.
Dia desses...
quem sabe você não converse comigo sobre esse assunto?


domingo, 21 de abril de 2013

...Não posso voltar.


Lembrei agora de uma aventura que vive nas férias. Eu adoro cachoeiras. Um amigo querido indicou-me uma que é das mais lindas do Brasil. Eu quis conhecê-la. O trajeto era péssimo, íngreme, distante. Vários obstáculos pelo caminho, animais peçonhentos, trilhas estreitas e ameaça de tempestade. Eu, em certos momentos, tremia de medo e o guia dizia: quer voltar? E eu sempre respondia, rindo de mim: “Tenho medo, mas sou valente!” Se eu voltasse, de que valeria o esforço que tinha feito até aquele momento?

A vida é assim. Tenho medo, mas sou valente.
Não posso ameaçar voltar agora, pois estou no meio do trajeto.
Não posso querer voltar, porque alguém me partiu o coração.
Não posso querer voltar, porque me senti só.
Não posso. Não tenho o direito de deixar tantas pessoas olhando meu retrocesso.
Não posso negligencia meus ideais
Não posso subestimar.
Não posso banalizar minha identidade.
Não posso violentar minha essência.
Pessoas podem decepcionar, me ferir a alma... mas ainda assim amarei.
E sempre, sempre que o Amor me chamar,
Eu irei!



terça-feira, 16 de abril de 2013

Processo.


E eu acredito,
Que a vida seja tecida em detalhes: Um encontro inesperado, a atração, o fascínio. A fusão de espíritos, ideias, sentidos e corpos.Encontros. Reencontros.
Todos os dias o caminho é desenhado pelo próprio caminhar. Esse é o processo que eu vivo. Ele é feito de momentos felizes e desejosos de mais e mais deles. Feito também de silêncio, de lutas, de dedicação, de esperas e novas perspectivas. Nunca estático. É movimento e deleite.
Um dia encontrarei quem concorde comigo que o amor seja um mistério. Tantas pessoas, tantas possibilidades e, no entanto,  a pessoa. E quase que por encanto, esta  te oportuniza a sensação de efeito inexplicável.
 Acredito que um dia um coração acordará inebriado com a minha presença. Sentimento que inunda, devasta, irrompe, inquieta, transcende. Marca o eterno finito do nosso universo mais profundo. E ali permanece. 


Composto


Há tempos que eu não te escrevia
Precisaria, num verbo incorreto
Da lacuna, da ausência, da Saudade
Da vontade de ver outras gentes
Na necessidade de estar apenas eu
No silêncio e distanciamento
Mas tenho pensado em você
E é certo que
E sabes que o tenho
Com a mesma intensidade
Sem a variação que o tempo quer exigir
Precisava de uma vírgula,
Algumas reticências...
Para outro ângulo depois da esquina
E a descoberta de algo que eu via
Mas não enxergava com todas as cores
Precisava estar com alguns
Para um encontro pessoal comigo
Lembranças, afagos e azulejos pintados
Vinis, livros e vidro embaçado
Gosto doce e meio amargo
Mas estavas sempre em mim
Então,
Entenda o meu motivo
E conheça-me novamente.
Há tempos que te escrevo secreto
Num verbo composto e passivo
Na lacuna, ainda ausência e saudade.
Da não vontade de outras gentes
Da necessidade de ter-te
Presente

 

domingo, 7 de abril de 2013

PACHAMAMA


Pachamama
Espírito da tarde,
Filha do Sol,
Irmã da lua,
Mãe do vento,
Senhora dos Andes,
protetora dos seres
em todas as suas formas.
És a vida,
a magia,
e o mistério,
o silêncio e a majestade da cordilheira,
E o som da minha alma.
Acendas a madrugada de cada dia,
pressentida pelos
pássaros e pelos poetas.
Acolhas o Sol
cansado e sonolento
a cada entardecer
e sobre ele estendas
mantos de esperança,
só percebidos pelos indígenas.

Tu que guiavas o índio perdido
quando seus caminhos
chegavam ao céu.

Por que te ensombreceste?
Acaso foram as caravelas?
Foi o homem do outro lado do mar?
Foram seus rifles
e as matanças que fizeram
com tua criação?
São os homens ainda tão egocêntricos.
destruidores de sonhos e flores.


Perdoe-nos.
Ainda somos pequenos no Amor.

Pachamama levanta-te:
A natureza é tua.
Restitui sua antiga  e sempre nova grandeza,
a humanidade está a tua espera,
Precisamos de tua bondade
e do teu equilíbrio,
Da tua poesia
Da ternura

Da terra
Da tua Presença



*releitura da prece ameríndia

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Segredos

Se você não vir, o que eu vou fazer?
Para quem irei contar meus segredos?


Com saudade.


Não me subestime. Não descarte minha predisposição à intuição. Não se esqueça de que eu leio detalhes. Não ignore minha força porque eu desenvolvo a ternura. Não elabore esboço de mim sem me conhecer profundo. Não se aproxime se não for para ficar - ao menos um pouco-. Eu não finjo estar feliz.  Eu alimento a felicidade com a persistência. E não me aproveito das tristezas para ser frágil. Eu sou frágil, mas sou forte. Eu tenho medo, mas sou valente. Eu estou sem você, mas...

Eu sou um rio que não pode parar. Sou um astrônomo que procura novas estrelas. Sou um jardineiro que misturas as cores das flores. Sou um pássaro que quer conhecer o Mar e um peixe que quer voar e beijar o infinito. Mas eu espero te encontrar. E logo! Para te contar tudo de mais divertido que vivi até aqui e te entregar todas as poesias que tenho escrito para você.

Com saudade.