domingo, 15 de julho de 2012

Ilimitado

Hoje não estou otimista
Tenho em mim uma sede de destruição.
Quisera poder destruir todas as formas de limitações
Todas as fronteiras entre os seres
Geográficas, sociais, econômicas, culturais...
Cronológicas, sistemáticas, matemáticas, ilegais
Irracionais*
Quisera poder destruir os conceitos de pobre e rico
De bom e ruim
De nobre e plebe
Quantas fronteiras nós criamos todos os dias?
São as formas de dividir pessoas, os nossos discursos de generosidade?
Por que tantos discursos?
Estamos evidenciando as diferenças, todos nós.
E fragmentando nossa essência de humanidade
Eu não pertenço a nenhuma classe
Eu sou parte
Estou angustiada em não fazer nada. Em fazer pouco
Estou angustiada por ter falado muito e ouvido o não suficiente
 Estou com raiva da apatia.
E quero destrui-la
Se eu pudesse fazer um pedido,
Daqueles que fazemos quando somos crianças,
Pediria que existisse um só idioma
Para que eu pudesse conversar com todas as pessoas
E invadir as fronteiras, as ruas, as praças.
Escrever versos nas calçadas, enviar cartas para aos esquecidos.
Saber os nomes. Chamar todos por seus nomes, antes de dizer: “Bom dia”!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tempo é Poesia.


TEMPO,
máquina de fazer sonhos
Uma canção com ritmos variados
E os mil compassos na nota musical
O ciclo da terra e a primavera
Uma eternidade finita
Escrita, cantada, dançada
Sentida e por mim não datada

Tempos...
Nas fases da lua
Nas estrelas escondidas
No uivo que vento entoa
Nas tempestades dos mares
Na variedade dos seres
Na capacidade de adaptar-se
Na faculdade de compreender-se.

São fotografias de família
São lendas que explicam o inexplicável
São sorrisos e abraços
São valores incalculáveis
São os cheiros de presença
E os cheios de sabedoria
Um quê fixado na memória.
São perenes alegrias.

Tempo será escolha
Opção e vontade
Desejo e persistência
Do temor: ausência
Da opinião: mudança
A folha não tão verde da árvore
A travessura da criança
O viver sem idade.

Tempo...
Deleite sem pressa dos momentos
São reticências versadas
São quadros decorados na alma
A/calma a fala amiga
Palavras afáveis de luta e bondade
A chance de outra oportunidade
Felizes lembranças
E/terna verdades.