sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Na medida....

Você acorda. Espera que o dia seja diferente. Porque você dormiu triste. Mas as coisas não dão muito certo no decorrer das horas. Tem dia que a gente nem precisava lembrar. Hoje foi um desses, mas eu vou fazer o contrário do que você espera e vou registrar  aqui as coisas que eu não falaria agora. Lamento, mas não vou desabafar estas angustias. Estar triste faz parte da vida, não é nada anormal. Estar pesado é opção, eu estou triste, mas estou leve. Tão leve que tudo deu certo:
Eu acordei e fiz o café e ficou na medida certa. Nem forte, nem fraco e você nem imagina como é difícil encontrar o ponto exato. A meteorologia errou e não chovei. Eu gosto de chuva...mas hoje eu preferi o sol.  Caminhei para o trabalho e nem senti o peso da mochila, estava distraída. A condução chegou no breve entre eu atravessar a rua e alcançar o ponto. Ligaram para mim enquanto fazia a viagem e me disseram que meu violão estava pronto. Você não deve saber, mas emprestei meu violão a uma pessoa que ela não me devolvia por nada. Um erro emprestar seu instrumento, dizem os músicos, mas eu emprestei e sofri a saudade. Ele, o meu violão, ficou longe de mim por quase um ano e quando retornou estava sem várias peças. Consegui reavê-lo no mês passado e o levei para o hospital dos instrumentos. Lá, permaneceu por duas semanas e justamente hoje ligaram dizendo que eu podia pega-lo. E eu fui, praticamente correndo. Não é uma notícia fabulosa? Claro que atrasei um para chegar a Redação( da Revista em que eu faço parte) mas estou perdoada do atraso, eu sei.
Lá no hospital do som conheci um senhor que estava num dilema só...ele precisava de dinheiro e estava pensando em vender seu saxofone . Ele toca Jazz . Eu não sou apegada ao material, mas algumas coisas não são somente “material” há sentimentos inseridos nelas. E eu tenho vários objetos que são só sentimentos: são memórias, são histórias que quase respiram. Eu disse isso para ele porque parecia sofrer muito em ter que vender seu instrumento querido. Ele ficou pensando e acabou encontrando uma solução na loja mesmo: um dos funcionários disse que a escola de música ao lado estava precisando de alguém para ensinar saxofone. Ahhh...Achei isso fenomenal!!! Todo sofrimento solucionado e nada precisou ser sofrido.
Caminhei pelas ruas agitadas do centro do Rio de Janeiro, orgulhosa de estar na companhia do meu violão. As pessoas me olhavam. Faziam comentários sobre música, sobre pessoas que tocam a alma com seu som.
Na Redação, quando cheguei, estava só a Jujuba, minha grande amiga. E aí eu chorei. E contei pra ela o Motivo. Por que ser forte o tempo todo se chorar te liberta tanto? Ganhei um abraço e tiramos 1 hora para vermos juntas um filme. O filme lindo da história que eu gostaria de estar contado para você agora, da minha história ainda não acontecida. Mas que vai acontecer e quem sabe você também faça parte dela?  Depois outro amigo chegou e tocou o violão e eu cantei, mas desafinei no final das notas porque a música me emocionava e me lembrava o motivo da minha tristeza disfarçada. Meu amigo não entendeu e riu. E ficamos rindo implicando uns com os outros.
 Trabalhamos. Escrevemos artigos sobre assuntos variados: Direitos Humanos, Política, Cultura, Meio ambiente.
E eu escrevi também uma poesia.
Voltei para casa de metrô porque não gosto de fazer o mesmo caminho.
 Você acorda!  Espera que o dia seja diferente! E acontece. Tudo ocorre maravilhosamente do jeito que você não planejou.


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