segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sem mais

Quando a casa silencia. Eu escrevo.  Sempre foi assim. Hoje, mas um dia sem energia elétrica, iluminada pela vela que consome-se de forma tão poética...sinto-me ainda mais nostálgica. Minhas janelas estão sempre abertas. É a brisa da madrugada que adentra o quarto. É o sem ruído da noite.  E um pensamento. Lendo os meus preferidos, hoje em especial o G. G. Márquez, eu penso: “O que será de mim em tempos tão apáticos ?”. Esses romances não podem ser apenas literários, confinados a irrealidade e imaterialidade. O Gabriel sempre busca inspiração em fatos que realmente aconteceram. Ele recria histórias verídicas com maestria. Mas a vida é longa e breve quando não se está num livro. Talvez eu tenha medo de nunca passar de um escrito.  Não são projeções, são aquelas inspirações que nos fazem viver de forma mais terna.
Eu não sei. Queria lançar esta pergunta ao cosmos e ter a resposta clara e decisiva. Mas nada depende de mim.  E como eu vou encontrar? Eu já tentei e não foi uma investida feliz. Eu só tenho a palavra escrita para você, no agora.
Escrever olhando para a vela me acalanta. Eu penso que de algum lugar você me escuta. Eu nunca escrevo sozinha. A ideia de diálogo me acompanha.  
Eu gosto de romances. Gosto de acompanhar o processo da conquista.  A vontade sem razão do outro.  Uma vontade sem razão tão magnífica...





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