A
sociedade que temos desenvolvido ameaça a essência humana. E temos desenvolvido
há séculos formas de nos separarmos. Aprimoramos abismos sociais e econômicos e
enterramos sonhos no medo. Avançamos pouco se pensarmos nesta ótica e por isso
desteto as palavras progresso e civilização. São palavras que poderiam deixar
de existir como muitas outras. Elas apenas ratificam e legitimam a opressão de
um grupo sobre o outro. Elas apenas determinam os que podem ler este ou aquele
livro.
Eu
lamento a política da opressão ser naturalizada por tantos. Eu lamento nossas
invisíveis distâncias. E por isso eu invado limites e destruo as fronteiras.
Todos Somos! Eu queria fazer algo concreto pelos moradores da Maré, de Manguinhos,
da Baixada, da rua, pela família que perdeu uma mãe querida, pelos Silvas,
pelos Santos, pelos meus iguais, por tantos...
Escrever um verso hoje me parece
tão pouco.
Mas ainda assim, escrever um verso é meu grito neste silêncio.
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