sexta-feira, 25 de abril de 2014

Resistir

A sociedade que temos desenvolvido ameaça a essência humana. E temos desenvolvido há séculos formas de nos separarmos. Aprimoramos abismos sociais e econômicos e enterramos sonhos no medo. Avançamos pouco se pensarmos nesta ótica e por isso desteto as palavras progresso e civilização. São palavras que poderiam deixar de existir como muitas outras. Elas apenas ratificam e legitimam a opressão de um grupo sobre o outro. Elas apenas determinam os que podem ler este ou aquele livro.
Eu lamento a política da opressão ser naturalizada por tantos. Eu lamento nossas invisíveis distâncias. E por isso eu invado limites e destruo as fronteiras. Todos Somos! Eu queria fazer algo concreto pelos moradores da Maré, de Manguinhos, da Baixada, da rua, pela família que perdeu uma mãe querida, pelos Silvas, pelos Santos, pelos meus iguais, por tantos...
Escrever um verso hoje me parece tão pouco. 
Mas ainda assim, escrever um verso é meu grito neste silêncio.

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