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Primaverar a vida
um broto sempre o broto
Sempre uma nova flor
Sempre outra chance
Nunca a mesma cor
Sempre casca de troca
Tronco outro na árvore
Abrir emperradas portas
E o novo terá passagem
Sempre tão sem sentido
Neste mundo de efêmeros
Escreverei mil versos ditos
E os deixarei seguir ao vento
Ventar , eu ventaria
Brisaria, se pudesse
Reinveto o meu tempo
E Novos Verbos amanhecem
Pano novo desbotado
Mancha de fruta vermelha
Uma estação verbal
Primaverar anseia
Pessoa tatuada na alma
Elo que transpassa o entendimento
Conhecer-te pelo ruído
Meu doce contentamento
Se há canto esquecido
Ilumina-o pela fenda
Luz que chega aos ouvidos
Som que antecipa a presença
Primaverar seria
Parte outra da história
Ser uma nova flor
Ter outra chance
Nunca a mesma cor
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