Desafiamos o óbvio.
Tão curioso os
sentimentos emanarem decididos, firmes e cientes do que desejam. Eles se expandem. Eu os vejo libertos em cada
gesto e me estranho, pois partem e, ao mesmo tempo, permanecem em mim. Mas como
eles permanecem depende de algo que se chama reciprocidade.
Minha matéria é essa.
Não sou músculo, nem pele, nem osso. Sou aquilo que chega a você. No enlace de almas encontro a razão
da minha existência.
O metrô nunca fez o
trajeto tão rápido. Descobri mais uma cafeteria no Rio de Janeiro e fiz
amizades com pessoas que eu não sei mais o nome. O café tinha um carinho
acompanhado porque eles servem um pedacinho de bolo de cenoura com calda de
chocolate como acompanhamento. Nem o café consegue sobreviver sozinho.
Caminhei pela
Cinelândia com passos de turista, porque é necessário aprender a ver as coisas
como se fosse a primeira vez e novamente encantar-se. Até porque é realmente
isso que acontece se você permitir: há sempre um detalhe novo que encanta. E eu hoje percebi que o moço da banca de
jornal que fica em frente ao Odeon é muito sorridente. Eu percebi que uma pessoa
pode ser tantas pessoas e ainda se manter fiel a sua essência. E a gente pensa
que o tempo dita se você conhece ou não alguém, mas o que realmente acontece é
se estamos dispostos a este reconhecimento.
Os maiores são os
minutos. Até ontem nunca havia reparado o quanto o sol da tarde acalma e como é
bela a cor que ele produz na pele. Também reparei o quanto é estimulante uma
pessoa perto de você gargalhar sem parar. Uma gargalhada contagia. Também
reparei que quando os olhos se comunicam as palavras se dispersam...
Eu te dispersei.
Agora vou silenciar e você
poderá voltar às atividades que havia interrompido.
Lindo Aline..como de costume! O que não é costumeiro é esse ato maravilhoso de se dispersar... Sair de si e buscar no "novo" o que faz bem. É lindo ver o céu de outra cor, o dourado dos detalhes do Municipal, o design de uma cadeira nova...
ResponderExcluirPercebamos os detalhes...
<3
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