Nem Sempre os olhos sorriem num diálogo
Nem sempre o locutor sabe ser ouvinte
Nem sempre o coração pulsa,
Por um amigo, uma ideia, uma relação.
Nem sempre as pessoas são aquilo que pensam
E há aqueles que nem sabem que são
Mas há gente simples que cuida da terra
E há ainda quem transforma o grão
Há quem não se importa se foi rude
E os que ignoram a palavra-ato
Mas há quem faz poesia
E os que semeiam no cascalho
Nem sempre o desejo se materializa
Nem sempre dormiremos felizes
Mas há quem desperta na aurora
E há perfume na flor de íris
Nem sempre somos compreendidos
E nem sempre temos razão
Mas há quem mesmo ferido
Contempla uma outra estação
Nem sempre resistência significa força
E calar pode ser um grito
Há de se pensar em tolerância
Nas entrelinhas do gesto dito.
Nem sempre há correspondência
Nem sempre o discurso convence
Ideias fragmentadas
Não germinam ideais vigentes
Nem sempre conhecemos nossos limites
E nem sempre racionalidade é prudência
São diários desafios
Reações e consequências
E há quem não precise falar
Sonoros verbos transitivos
Eu cuido das estrelas do mar
No céu de ondas indizível
São nossos os olhos que sorriem
sinta seu coração amado
sinta seu coração amado
A verdade?
-Afeto cura.
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